As situações de vulnerabilidade que expõem a população a riscos com o aumento da frequência das chuvas e outros fenômenos climáticos se originam de processos políticos, sociais, econômicos e culturais. Para o arquiteto urbanista do Instituto Pólis, Kazuo Nakano, esse é um dos fatores fundamentais a ser levado em conta na análise dos impactos das mudanças climáticas em áreas urbanas.
Nakano falou sobre as políticas de uso e ocupação do solo
O pesquisador criticou o modo como a urbanização se dá no país impulsionado, predominantemente, pelas forças do mercado. “A vulnerabilidade nas cidades está diretamente ligada a nossa forma de urbanização”, afirma Nakano. Sem ter acesso à terra urbanizada e moradia adequada, boa parte da população procura o mercado informal. Por meio deste, terras não urbanizadas são ocupadas por pessoas que ficam expostas a diversos riscos. Para Nakano, é fundamental que se torne possível o acesso a empreendimentos imobiliários para os grupos que não tem poder de consumo suficiente para o acesso à terra urbanizada.
Nakano também chamou a atenção para os grandes projetos de intervenção urbana que estão em fase de discussão nas grandes cidades brasileiras. “Esses projetos estão sendo propostos sempre na lógica de criar oportunidades para o mercado imobiliário, em vez de criar oportunidades para a efetivação de direitos sociais com ampliação de alternativas de adequação dos espaços a essas ocorrências climáticas”, diz Nakano.
Estas considerações de Kazuo Nakano foram feitas na última quarta-feira no Seminário Mudanças Climáticas em Áreas Urbanas no Instituto Pólis.
FONTE: Instituto Pólis
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