Confiram nas postagens abaixo o seminário promovido pelo Instituto Polis que debateu sob uma perspectiva interdisciplinar sobre Mudanças Climáticas nas cidades promoveu debate interdisciplinar
Com o objetivo de trazer contribuições para o debate sobre o aquecimento global e seu impacto sobre as cidades e as populações mais vulneráveis, pesquisadores de diversas áreas participaram do Seminário Mudanças Climáticas em Áreas Urbanas: vulnerabilidades, impactos e adaptação realizado no Instituto Pólis nos dias 23 e 24 de novembro.
A primeira mesa debateu água, resíduos, saúde humana e desenvolvimento
O professor e pesquisador da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo Paulo Saldiva foi um dos palestrantes que abriu o debate. Ele começou falando dos efeitos das mudanças climáticas sobre a saúde humana e a falta de políticas integradas para protegê-la. “Os órgãos ambientais que legislam sobre a qualidade da água, do ar e do solo entendem pouco de saúde, e, por sua vez, as órgãos ligados à saúde não incluem a questão ambiental como pertencente ao campo da saúde”, afirmou Saldiva.
O professor também criticou o fato de que as mortes causadas por fatores ambientais não sejam tratadas como um problema de saúde pública. “Estima-se que 4 mil pessoas morrem a cada ano em São Paulo devido a doenças causadas pela poluição do ar, o que representa mais do que as mortes por AIDS e tuberculose juntas”, disse Saldiva.
Outro tema abordado pela arquiteta e urbanista Marussia Whately foi a água e sua relação com a adaptação às mudanças climáticas. Devido à expectativa do aumento da intensidade das chuvas em cidades como São Paulo, a pesquisadora falou sobre a importância de promover uma gestão dos recursos hídricos que esteja integrada a outras políticas. “A questão da água nas cidades pode ser um motor no caso do Brasil para pensar uma política de habitação diferenciada”.
O coordenador adjunto do Vitae Civilis Rubens Born falou sobre as dificuldades que envolvem as negociações internacionais das Conferências das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança de Clima. “As polêmicas giram em torno da definição de adaptação, de quais países devem se adaptar, quem deve apoiar aqueles que têm que se adaptar e quem paga a conta”, afirmou Born.
O tema da adaptação foi discutido no contexto do marco regulatório
Apesar de as discussões terem contribuído com diversos elementos para o objetivo do seminário, a coordenadora de Ambiente Urbano do Instituto Pólis e organizadora do evento, Elisabeth Grimberg, chama a atenção para os desafios. “Encerramos o encontro com a missão de aprofundar o debate e definir melhor conceitos como o de adaptação e desenvolvimento com sustentabilidade no meio urbano com o objetivo de construir uma agenda política”, diz.
Para ela, as discussões apontaram que já existe um conjunto de estudos e instrumentos em termos de diagnósticos, que permitem planejar ações preventivas e de adaptação frente aos impactos ambientais e sociais previstos no quadro das mudanças climáticas, além de marcos regulatórios já aprovados ou em aprovação em todos os níveis de poder. “Tem-se agora que pressionar os governos para que políticas e ações concretas sejam implementadas, no sentido de reduzir os impactos e riscos relacionados às mudanças climáticas nas cidades”, afirmou Grimberg.
Fonte: Instituto Pólis
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